Porque eu não me esqueço de quem falou que eu não ia conseguir, não mesmo. Mas muito mais que isso, eu jamais me esquecerei de quem falou que eu conseguiria.
Não esqueço de quem pegou na minha mão e falou que eu era capaz, que a saudade seria grande, o sofrimento viria de todos os lados mas que eu conseguiria.
Não esqueço de quem me abraçou falou: vai, que a gente vai estar aqui cuidando de tudo pra você ir.
Não esqueço de quem ligou no sábado às 16h porque a vida lá era vazia sem mim, dizendo que eu fazia falta.
Não esqueço e nem quero esquecer de todo mundo que mandou energia positiva, que tanto antes eu julgava como coisa de hippie. Agradeço quem de coração mandou que Deus cuidasse de tudo por aqui, que Deus me fizesse fiel a tudo isso.
Não esqueço de quem falou: “você não dura um mês! Se durar um mês você vai sair da Igreja, vai deixar de ser “santinha”.” Não esqueço de todos os julgamentos que tive, antes mesmo de decidir.
Mas também não me esqueço de cada professor que me ajudou a chegar até aqui, sempre extraindo o melhor, e vendo um lado bom nesse meu jeito torto de estudar e ser.
Não esqueço de fechar os olhos bem forte, e abrir depois pensando: se eu pensar que eu estou em casa, então eu estarei sempre.
“Lar é onde o coração reside”
Eu amo o que fui, mas também amo o que me tornei. Por isso nunca me esquecerei das pessoas boas e das pessoas ruins que passaram pelo meu caminho. Não desejo o mal, a vida já se incumbe de dar lições suficientes pra quem espalha maldade. Não que eu deseje isso, é a realidade. Quem deseja o bem também recebe muitos pepinos pra administrar mas viver perto de gente boa me faz crer que se eles conseguiram eu também conseguirei.
E sigo na minha, e sem nunca me esquecer que Deus não se esquece de mim.
(São Carlos, outubro de 2016)