Desde que criei o blog, tenho escrito muitos outros como este. Era um espaço meu onde podia dizer o que pensava sobre as coisas. Mas então fui divulgando e daí ficava meio sem graça de postar e fui guardando, uma a uma, as reflexões que aqui já não cabiam mais. E agora, que acabou a internet na minha república nova, vim escrever mais esse aqui pra contar como foi esse ano. Porque por mais que não pareça já fizemos UM ANO e uns meses aqui.
Tem um ano que eu não sei mais o que é casa de fato, mas me encontro confortável por onde vou. É que percebi que meus pais me criaram absolutamente adaptável! E só agora eu entendo que foi por ser como sou, independente e tão diferente das minhas irmãs que consegui sobreviver ao caos.
Um ano que descobri sofrendo muito o que significa saudade. Descobri o valor dos amigos, amigos de verdade. E também da família e de parentes que antes eu tanto me queixava por serem tão invasivos – adolescência..
Continuei com convicções, crenças e coisas que trouxe láaa do interior – do Mato Grosso e do coração. E sou grata a isso! Descobri como é uma pessoa ruim, assim gratuitamente, vi pessoas sendo más apenas por ser, pelo hábito. E isso me assustou MUITO, me fez refletir qual mesmo a minha missão, se precisava mesmo passar por isso?! Pessoas falsas, as piores… Na verdade eu acho que tinha tudo isso de monte de onde vim, só que quando eu chegava em casa, eu tinha colos e ombros seguros pra onde correr… Aqui não, não nesse primeiro ano.
Mas também conheci gente tão, mas tão boa que julguei-me péssima às vezes e por isso quis ser melhor. Daquele tipo de gente que quando sorri até as árvores sorriem junto. Gente que dá paz ao coração de tão bom estar perto. Serei eternamente grata, pelo pouco de serenidade que me proporcionaram, especialmente em final de semestre.
Descobri o que é “ser invisível” por ser deficiente, mesmo não o sendo. E ao mesmo tempo e, em várias situações, querer muito ser invisível. E aprendi de verdade a lidar com isso, de forma com que isso já não me afeta mais. (A não ser que esteja de TPM, aí querido… está pedindo né?!)
Desafiei a mim mesma, como fazemos todos os dias ao ter que levantar mais cedo que o corpo deveria, a ter compromisso, ser mais madura, gerenciar cada centavo que recebia dos meus pais e parentes. E por falar nisso, vi o quão generosas e zelosas as pessoas são. Tios que independente do dia e da hora ligavam pra saber se estava tudo bem e não só importados com o bem pessoal, mas com o financeiro: “te mandei R$ 100,00, vai comer um lanche, sai do quarto e vai passear”, ao dizer que estava horas estudando. E mesmo de tão longe e de tanto se preocupar, escondiam coisas pra não me fazer sofrer. Mal sabiam eles que eu sofreria de todo jeito. E por favor família, se estiver lendo isso, como incansavelmente falei nas férias: não façam mais isso. Parem de me poupar o sofrimento.
Descobri um ministério, conhecer já conhecia, mas encontrei nele a certeza de NUNCA estar só e a isso serei eternamente grata. Ao MUR e todos os servos que bondosamente, ainda que gente como a gente, são amorosos e TÃO acolhedores. Eu nada seria nessa universidade se vocês não estivessem aqui!